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“XXX”APADA NA TROMBA FREAK’N GRIND FEST @ RCA CLUB
“XXX”APADA NA TROMBA FREAK’N GRIND FEST @ RCA CLUB

Dia 22 de Janeiro de 2016, hora 16h30. Todos os caminhos desta tarde enevoada foram dar às imediações da sala lisboeta atualmente com mais relevo em termos de espetáculos ditos do ‘underground’. Esta 2ª edição do Xxxapada Na Tromba não foi exceção e vem por conseguinte confirmar esta regra, local já de culto, quer pela localização e seus fáceis acessos, quer pelas condições interiores e técnicas que propiciam sempre bons espetáculos a quem lá se desloque. A massa trajada maioritariamente de negro era já considerável antevendo o já anunciado Sold Out para este evento organizado por Sérgio Páscoa e a Freak’n Grind Team e a Live Wire Agency.

Iniciaram as hostilidades desta maratona de festa Grind de 2 dias, os bejenses Shoryuken, cabendo-lhes merecidamente as honras de abertura deste Fest, também para que o seu frontman, Sérgio Páscoa, pudesse desfrutar das árduas e longas horas de trabalho para o mesmo.

Abre-se o set com o tema homónimo da banda ‘Shoryuken’, a todo o vapor, sempre num ritmo frenético e alucinante seguido de ‘Your Ass Is Mine’ e ‘Sonic Boobs’, despudorados, riffados e com uma presença de palco imparável e irrequieta. ‘Anal Grief’ e ‘Alice in Snuffland’ (esta um dos hits de Shoryuken), que nos brindam nesta abertura do Fest com a participação das Trash Circus Girls, despudoradas, belas e soltando-se ao ritmo de ‘Ravenous Blanka’, este com a participação especial do vocalista de Analepsy, o primeiro convidado deste fest a subir ao palco nesta tarde; ‘Chun Li Bukake’, puxando pelas hormonas de cada individuo presente no espaço. Fecham esta atuação com um efusivo ‘Fuck All the Bitches’, recado singelo a demais entidades menos ‘gratas’.

Abertura excelente e o mote estava dado// Grind On mode

 

 

 

 

 

 

Brutal Brain Damage foram os senhores que se seguiram, agarrando e bem o testemunho anterior, escaldando ainda mais o ambiente já bem aquecido nesta casa praticamente à pinha. De Ourém, os BBD são já uma referência na comunidade Grind, com um registo mais pesado, assumindo-se poderosamente brutais em palco e com uma atuação plena de fôlego, carisma, uníssono e concentração entre elementos, com um alinhamento aberto com ‘Ten Ten’ e ‘You Must Die’. 

 

 

 

 

 

 

Mais uma vez o público aderiu, voltam também as meninas Trash Circus Girls para sensualizar ainda mais o efeito sonoro onde houve tempo para uma ‘Suicide Jesus’ perfeita, dedicada aos que partiram, e de novo um convidado no palco, o Bugs, vocalista de Analepsy que interpretou com BBD o tema ‘Spit Fire’, simplesmente de forma perfeita, sem falhas, como se fosse duas almas gémeas em 2 corpos distintos. ‘Brain Soup’, ‘Pussy Grinder’ Cum On My Shoulder’, outros temas que fizeram as delícias dos presentes e claro, ‘Javali’ para fechar com chave de ouro.    

 

Dead Meat, os terceiros deste 1º dia, com 3 elementos em palco e a banda nº3 do 1º segmento deste dia; coincidência? Talvez, diz-se no meio estar a virtude, aqui abrimos exceção e desfazemos regras pois todas as bandas presentes foram de virtude plena. Investem sem medos no seu set com a escolha de abertura a recair sobre o tema ‘Good Clean Cut’, seguido de ‘Fluids From the Infected Urethra’ e ‘Died With Open Eyes’, conseguindo estes praticantes de brutal death metal também eles manter acesos os já constantes circle pits da casa já cheia. São autênticas máquinas de ‘destruição’ com riffs poderosos e rápidos, acutilantes e sempre certeiros e diretos no set. Nota extra para a particular escolha da guitarra de Jacinto, verde e preta, as cores escolhidas para este Xxxapada Na Tromba. Trazem também um convidado, o jovem portento Diogo Santana (de Analepsy e Trepid Elucidation) aqui a vocalizar também a versão ‘Kill Your Mother, Rape Your Dog’ para os Dying Fetus. Fecho de set também sublime com ‘Sublime Gorgeousness of Infected Corpse’. Top.

Coube aos italianos Guineapig a difícil tarefa de encerrar o 1º acto desta noite, após a intempestiva atuação das nossas três bandas nacionais. Este trio experiente de goregrind soube agarrar a deixa e também este trio teve direito a circle pits e aplausos merecidíssimos com o set a repescar o seu ‘Bacteria’ de 2014, em que ‘Makuta’, ‘Plasmodium’ ou ‘Project Sunshine’ foram exemplificativos da sua relevância crescente no mundo grind. Sempre acompanhados das Trash Circus Girls, que ajudaram e bem a criar e manter o ambiente escaldante no recinto. ‘Terminator Mosquito’, ‘Epidemic’ e para fechar ‘Variola Major’, num set rápido, limpo e pleno de atitude por parte destes italianos.

 

 Após uma breve pausa para jantares e com o público um pouco disperso mas mantendo a casa sempre cheia, no 2º ato desta noite coube aos checos Epicardiectomy as honras de abertura de palco. Mais uma formação em trio que desempenhou bem o seu papel, estreando-se em território nacional ao som do seu mais recente trabalho ‘Putreseminal Morphodysplastic Virulency’, com temas como ‘Masticate the Skinned’ ou ‘ Gorging on Fetal Innards’, aquecendo de novo o público para o que ainda estava por vir.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Atitude foi algo que não lhes faltou e o baterista presenteia-nos com um stage diving inesperado em jeito de agradecimento pela nossa calorosa receção. 

 

 

 

 

Esperava-se com alguma ansiedade a atuação dos lisboetas GroG, que cumprindo 25 anos de carreira são sem sombra de dúvida a nossa referência máxima para o género brutal death metal / grindcore. Com novo álbum a caminho, sobre o qual tivemos um ‘cheirinho’ com os temas ‘ Gut Throne’ ou ‘Savagery’, entremeados com relíquias passadas como ‘Beyond the Freakish Scene’, ‘Assapiens’, ‘Hanged By the Cojones’, só para referir alguns dos todos momentos altos da atuação desta banda. Pedro Pedra e seus comparsas muito interventivos e a dinamitar explosivamente estes perto de 40 minutos de show rebelde, profissional e com nota máxima. Serviram as colunas da sala para mais uma prestação das Trash Circus Girls bem como uma convidada especial no papel de Dominadora soltando uns suaves mas vincados growls, em que o tema ‘Anal Core’ ganhou outros contornos. Fecho poderoso com ‘Fellowship of the Shaved Balls’ e o mítico ‘Barbie Doll’.

Da Polónia, chegam os seus representantes de goregrind, os Dead Infection que contabilizando já uma extensa carreira de 25 anos não deixam créditos em mãos alheias. Após a devastação causada pela banda anterior, mantém os circle pits a rodar, abrem-se moshes e stage divings com fartura. Ouviram-se temas como ‘Let Me Vomit’, ‘Brutal Murder on Dr Petru Groza’ e ‘Adolf the Cat’. É fácil perceber o porquê desta longevidade, profissionais e exemplares em termos de execução.

Quase em fecho deste 1º dia, surgem então os americanos Lividity, praticantes de brutal death metal, também estes com mais de 20 anos de rodagem nestas lides, e também marcando a sua estreia em palcos portugueses. Uma presença aguardada e com a comprovação de que valeu a espera desta atuação Rápidos, eletrizantes e com temas a percorrer a sua extensa discografia, ‘Anal Action’, Rectal Wench’, ‘Fetal Scabs’ ou ‘Engorged With Blood’, fazendo as delícias dos presentes e com um bónus essencialmente para a horda masculina de 2 belas strippers no palco ao som destes Lividity. Mais uma vez de Parabéns, pela escolha deste cardápio, a organização incansável do Xxxapada.

 

 

 

 

 

O Grand Finale coube aos italianos Ultimo MondoCannibale, apesar de ainda com uma carreira jovem, apenas 10 anos ( J ), fecham honrosamente este 1º dia de festa Freak’n Grind no RCA. Apenas dois elementos em palco foram o suficiente para fazer os excelentes estragos finais, percorrendo parte da sua discografia com temas como ‘Drink My Milk’ ou ‘Hallo Spanking’, sempre acompanhados das dançarinas strippers, entre moshes e os últimos circle pits da noite, envolto em fumo e boa disposição.

 

 

 

 

Nota mais que positiva para esta 2ª edição do Xxxapada Na Tromba Freak’n Grind Fest – Lisbon Act de 2016. Organização de topo de toda a equipa Xxxapada / Live Wire Agency.

Agradecimento a todos os contributores para esta festa, staff do RCA, as bailarinas Trash Circus Girls, ao Clube Privado Almada Lisboa pelas dançarinas strippers, a toda a imensidão de membros da imprensa. Ao público e bancas de merchandising presentes (the Dead Store, Luna Crescens, Mosher), um até já!

Parabéns!

Texto de Paula Antunes para Hintf Webzine / Rocknradio

Fotos de Carlos Monteiro / CMPhoto e Lady Starlight com edição de CMPhoto @ Rocknradio